Universo Educacional - The Return



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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mario Vargas Llosa vence Prêmio Nobel de Literatura de 2010


Da Redação
entretenimento@eband.com.br

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, de 74 anos, foi anunciado na manhã desta quinta-feira, dia 7, como o vencedor do prêmio Nobel de Literatura de 2010.

Conforme os organizadores do Nobel, a escolha foi motivada pela "cartografia das estruturas do poder e suas afiadas imagens da resistência, rebelião e derrota" que aparecem na obra de Llosa. São seus títulos como "Pantaleão e as Visitadoras" e "Travessuras da Menina Má".

No ano passado, a escritora romena radicada na Alemanha Herta Müller, 56 anos, foi a vencedora do Prêmio. Em 2008, quem ganhou foi o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio.

O prêmio é escolhido pelos integrantes da academia sueca e dá um prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 3 milhões), que são entregue em dezembro.



segunda-feira, 11 de outubro de 2010

15 Incredible Libraries Around the World


Moldova National Library - Photograph by Daniel Zollinger

These pillars of higher learning are also home to some of the world’s most incredible architecture. Below is a small collection of stunning libraries around the globe. From the historical to the modern, these centres of knowledge and learning also preserve the history and culture of their respective periods.



1. University Club Library - New York City, United States






Photograph by Peter Bond

2. Canadian Library of Parliament - Ottawa, Canada





Photograph by James Gillard


3. Yale University’s Beinecke Rare Book and Manuscript Library - New Haven, Connecticut





Photograph by KAALpurush


4. Iowa State Capital Law Library - United States



Photograph by Tani Livengood


5. Suzzalo Library at the University of Washington - Seattle, Washington






Photograph by Sam


6. Admont Abbey Library - Austria



Photograph by Ognipensierovo



7. State Library - Victoria, Australia


Photograph by Waltonics


8. Library at El Real Monasterio de El Escorial - Madrid, Spain



Photograph by Jose Maria Cuellar


9. José Vasconcelos Library - Mexico City,
Mexico







Photograph by Aurelio Asiain


10. Real Gabinete Português de Leitura - Rio de Janeiro, Brazil



Photograph by Ruy Barbosa Pinto


11. National Library of Finland - Helsinki, Finland


Photograph by Marj-Liisa


12. Mitchell Library - Sydney, Australia



Photograph by Christopher Chan


13. Thomas Fisher Rare Book Library at University of Toronto - Toronto, Canada


Photograph by Fadi J


14. George Peabody Library - Baltimore, Maryland



Photograph by Danielle King



15. Strahov Theological Hall - Prague, Czech Republic



Photograph by Rafael Ferreira

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

ENEM e a língua estrangeira: Diálogo ou Reestruturação do Ensino Médio?


Professor de Inglês, especialista em linguística aplicada, mestre em educação e construção do conhecimento, doutor em consignação e desenvolvimento humano. Atua na área de líguas e metodologia do ensino na Universidade Luterana do Brasil. Atua também como consultor acadêmico da Oxford University Press onde é coautor da série Achieve.


No dia 25 de setembro, o Professor Airton Pozo de Mattos, palestrou na faculdade Eniac abordando as questões e os desafios para o ensino médio na preparação do candidato para o ENEM.
Um dos pontos enfatizados é a atual formação dentro da rede publica e até particular que segundo ele, para um candidato que prestará um exame pro ENEM deverá tanto o Estado quanto às redes privada discutir e desenvolver métodos para uma reestruturação neste atual cenário. A escola de hoje não exerce a idéia que o MEC está implantando - e aprimorando – que é trazer o aluno para um conhecimento implícito.
A partir deste ano o ENEM adotou em seu exame questões ligado a língua estrangeira – tanto inglês quanto espanhol o candidato poderá escolher um entre os dois – sendo que em sua abordagem o formando (ou formado) deverá ler e interpretar enunciados e questões em um destes idiomas. A principal questão que o Pr° Airton enfatizou é o fato que as metodologias aplicadas em sala de aula não são assimiladas da forma como o modelo que o MEC adotou. Segundo o Professor, a estrutura que é aplicada no exame é um modelo em que o estudante recém saído da sala de aula não se transporta para dentro deste objetivo, isto é, o que no ENEM invoca está em total desarmonia com a realidade do aluno.
Outro ponto defendido é a questão do professor de língua estrangeira desenvolver métodos de incentivo ao aluno e não passar por cima do modelo cognitivo e muito menos do cronograma escolar ou dos livros adotados pela rede pública e sim trabalhar com o conhecimento implícito dentro do aluno.
Talvez dentro dessas abordagens o que mais é desafiante para o professor é desenvolver um método em que o aluno fuja da memorização e repetição. Evidentemente fica claro que a gramática não pode ser apenas o alvo principal no aprendizado de um idioma. Porém, tal aplicação tem apontado um desinteresse dentro da sala de aula e fica o desafio para os atuais e futuros professores. Cabe a nós fazer a diferença.


A palestra foi ministrada na Faculdade Eniac, estavam presente professores da intituição e de escolas de idiomas.









O Profº Airlton foi coautor da série Achieve. Livro indicado para o Ensino Médio e cursos de idiomas. Esta série apresenta em seu conteúdo a realidade no uso do inglês no dia-a-dia direcionado para países latino americano.






Materiais no ensino de indioma estavam à venda no estande da Oxford.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

21ª Bienal Internacinal do Livro




A Bienal Internacional do Livro de São Paulo é o grande momento do livro no Brasil. É palco para o encontro das principais editoras, livrarias e distribuidoras do país, que preparam seus lançamentos para esse período.

Um local de bons negócios! Atrai jornalistas, empresários e escritores do mundo inteiro e com ótima visibilidade na mídia.

Além da larga oferta de livros, a Bienal do Livro oferece uma intensa programação cultural, desenvolvida para despertar o gosto pela leitura em mais de 700 mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos. Algumas atividades estão previstas para personalizar ainda mais a programação, durante os 11 dias do evento.

Os números iniciais já permitem antever que a 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo será um marco na história das Bienais. Alguns deles:

Pavilhão com área de 60 mil m²
- Teto com novo isolamento
- Melhorias na iluminação
- Piso totalmente nivelado
- Banheiros reformados
- Sistema do estacionamento eletrônico, entre outras

350 expositores nacionais e estrangeiros, representando mais de 900 selos editoriais
Público esperado acima de 700 mil pessoas
Visitação escolar programada para receber mais de 180 mil estudantes do Ensino Fundamental e Médio


21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Data e Horário:
Dia 12 de Agosto: das 10h às 22h
- Exclusivo para os profissionais do setor literário

Dia 13 de Agosto: das 10h às 22h PROMOÇÃO ESPECIAL!*
- Público em geral

Dias 13 a 21 de Agosto: das 10h às 22h
- Público em geral

Dia 22 de Agosto: das 10h às 20h, com entrada só até às 18h
- Público em geral

*PROMOÇÃO ESPECIAL! Entrada gratuita para quem comparecer ao evento fantasiado do seu personagem favorito.
Para validar a sua entrada na Bienal do Livro é obrigatório apresentar uma foto do personagem representado.

Local:
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo, SP

Ingressos: vendas apenas na bilheteria da Bienal do Livro de São Paulo
Entrada inteira – R$ 10,00
Meia-entrada – R$ 5,00**

**Os estudantes devem apresentar documento de identificação estudantil com data de validade. Caso no documento apresentado não conste data de validade, deverá ser apresentado outro que comprove a matrícula ou a frequência no ano letivo em curso acompanhado de carteira de identidade.

Os idosos, acima de 60 anos, não pagam ingresso apresentando carteira de identidade para comprovação.

Menores de 12 anos não pagam.

Foto e filmagem:
Fotos e/ou filmagem de estandes e/ou produtos só podem ser feitas com expressa autorização do Expositor.

ATENÇÃO: Ao participar da Bienal Internacional do Livro, VISITANTES e EXPOSITORES estão cientes e concordam que fotografias e filmagens feitas durante o evento poderão ser utilizadas pelos organizadores para promoção do setor e do evento.


.
http://www.bienaldolivrosp.com.br/

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Métricas do Cordel








01 - O início
02 - Parcela ou Verso de quatro sílabas
03 - Verso de cinco sílabas
04 - Estrofes de quatro versos de sete sílabas
05 - Sextilhas
06 - Setilhas
07 - Oito pés de quadrão ou Oitavas
08 - Décimas
09 - Martelo Agalopado
10 - Galope à Beira Mar
11 - Meia Quadra


Estas e outras informações sobre as métricas do cordel podem ser encontradas no livro Vertentes e Evolução da Literatura de Cordel.

01 - O início
A evolução da literatura de cordel no Brasil não ocorreu de maneira harmoniosa. A oral, precursora da escrita, engatinhou penosamente em busca de forma estrutural. Os primeiros repentistas não tinham qualquer compromisso com a métrica e muito menos com o número de versos para compor as estrofes. Alguns versos alongavam-se inaceitavelmente, outros, demasiado breves. Todavia, o interlocutor respondia rimando a última palavra do seu verso com a última do parceiro, mais ou menos assim:

Repentista A - O cantor que pegá-lo de revés
Com o talento que tenho no meu braço...
Repentista B - Dou-lhe tanto que deixo num bagaço
Só de murro, de soco e ponta-pés.



02 - Parcela ou Verso de quatro sílabas
A parcela ou verso de quatro sílabas é o mais curto conhecido na literatura de cordel. A própria palavra não pode ser longa do contrário ela sozinha ultrapassaria os limites da métrica e o verso sairia de pé quebrado. A literatura de cordel por ser lida e ou cantada é muito exigente com questão da métrica. Vejamos uma estrofe de versos de quatro sílabas, ou parcela.

Eu sou judeu
para o duelo
cantar martelo
queria eu
o pau bateu
subiu poeira
aqui na feira
não fica gente
queimo a semente
da bananeira.
Quando os repentistas cantavam parcela (sim, cantavam, porque esta modalidade caiu em desuso), os versos brotavam numa seqüência alucinante, cada um querendo confundir mais rapida mente o oponente. Esta modalidade é pre-galdiniana, não se conhecendo seu autor.



03 - Verso de cinco sílabas
Já a parcela de cinco sílabas é mais recente, e não há registro de sua presença antes de Firmino Teixeira do Amaral, cunhado de Aderaldo Ferreira de Araújo, o Cego Aderaldo. A parcela de cinco sílabas era cantada também em ritmo acelerado, exigindo do repentista, grande rapidez de raciocínio. Na peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, da autoria de Firmino Teixeira do Amaral, encontramos estas estrofes:
Pretinho:
no sertão eu peguei
um cego malcriado
danei-lhe o machado
caiu, eu sangrei
o couro tirei
em regra de escala
espichei numa sala
puxei para um beco
depois dele seco
fiz dele uma mala
Cego:
Negro, és monturo
Molambo rasgado
Cachimbo apagado
Recanto de muro
Negro sem futuro
Perna de tição
Boca de porão
Beiço de gamela
Venta de moela
Moleque ladrão
Estas modalidades, entretanto, não foram as primeiras na literatura de cordel. Ao contrário, ela vieram quase um século depois das primeiras manifestações mais rudimentares que permitiram, inicialmente, as estrofes de quatro versos de sete sílabas.



04 - Estrofes de quatro versos de sete sílabas
O Mergulhão quando canta
Incha a veia do pescoço
Parece um cachorro velho
Quando está roendo osso.
Não tenho medo do homem
Nem do ronco que ele tem
Um besouro também ronca
Vou olhar não é ninguém
A evolução desta modalidade se deu naturalmente. Vejamos a última estrofe de quatro versos acrescida de mais dois, formando a nossa atual e definitiva sextilha:
Meu avô tinha um ditado
meu pai dizia também:
não tenho medo do homem
nem do ronco que ele tem
um besouro também ronca
vou olhar não é ninguém.



05 - Sextilhas
Agora, de posse da técnica de fazer sextilhas, e uma vez consagradas pelos autores, esta modalidade passou a ser a mais indicada para os longos poemas romanceados, principalmente a do exemplo acima, com o segundo, o quarto e o sexto versos rimando entre si, deixando órfãos o primeiro, terceiro e quinto versos. É a modalidade mais rica, obrigatória no início de qualquer combate poético, nas longas narrativas e nos folhetos de época. Também muito usadas nas sátiras políticas e sociais. É uma modalidade que apresenta nada menos de cinco estilos: aberto, fechado, solto, corrido e desencontrado. Vamos, pois, aos cinco exemplos:
Aberto:
Felicidade, és um sol
dourando a manhã da vida,
és como um pingo de orvalho
molhando a flor ressequida
és a esperança fagueira
da mocidade florida.
Fechado:
Da inspiração mais pura,
no mais luminoso dia,
porque cordel é cultura
nasceu nossa Academia
o céu da literatura,
a casa da poesia.
Solto:
Não sou rico nem sou pobre
não sou velho nem sou moço
não sou ouro nem sou cobre
sou feito de carne e osso
sou ligeiro como o gato
corro mais do que o vento.
Corrido:
Sou poeta repentista
Foi Deus quem me fez artista
Ninguém toma o meu fadário
O meu valor é antigo
Morrendo eu levo comigo
E ninguém faz inventário
Desencontrado:
Meu pai foi homem de bem
Honesto e trabalhador
Nunca negou um favor
Ao semelhante, também
Nunca falou de ninguém
Era um homem de valor.



06 - Setilhas
Uma prova de que as setilhas são uma modalidade relativamente recente está na ausência quase completa delas na grande produção de Leandro Gomes de Barros. Sim, porque pela beleza rítmica que essas estrofes oferecem ao declamador, os grandes poetas não conseguiram fugir à tentação de produzi-las. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas, foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 - 1931. A verdade é que o autor mais rico nessas composições, talvez por se tratar do maior humorista da literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, 1890 - 1954. No poema A CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO, do inventivo poeta pernambucano, encontram estas estrofes:
Vamos tratar da chegada
quando Lampião bateu
um moleque ainda moço
no portão apareceu.
- Quem é você, Cavalheiro -
- Moleque, sou cangaceiro -
Lampião lhe respondeu.
- Não senhor - Satanás, disse
vá dizer que vá embora
só me chega gente ruim
eu ando muito caipora
e já estou com vontade
de mandar mais da metade
dos que tem aqui pra fora.
Moleque não, sou vigia
e não sou o seu parceiro
e você aqui não entra
sem dizer quem é primeiro
- Moleque, abra o portão
saiba que sou Lampião
assombro do mundo inteiro.
Excelente para ser cantada nas reuniões festivas ou nas feiras, esta modalidade é, ainda hoje, muito usada pelos cordelistas. Esta modalidade é, também, usada em vários estilos de mourão, que pode ser cantado em seis, sete, oito e dez versos de sete sílabas. Exemplos:
Cantador A
- Eu sou maior do que Deus
maior do que Deus eu sou
Cantador B
- Você diz que não se engana
mas agora se enganou

Cantador A
- Eu não estou enganado
eu sou maior no pecado
porque Deus nunca pecou.
Ou com todos os versos rimados, a exemplo das sextilhas explicadas antes:
Cantador A -
Este verso não é seu
você tomou emprestado

Cantador B -
Não reclame o verso meu
que é certo e metrificado

Cantador A -
Esse verso é de Noberto
Se fosse seu estava certo
como não é está errado.



07 - Oito pés de quadrão ou Oitavas
Os oito pés de quadrão, ou simplesmente oitavas, são estrofes de oito versos de sete sílabas. A diferença dessas estrofes de cunho popular para as de linha clássica é apenas a disposição das rimas. Vejam como o primeiro e o quinto versos desta oitava de Casimiro de Abreu (1837 - 1860) são órfãos:
Como são belos os dias
Do despontar da existência
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar - é lago sereno,
O Céu - Um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida um hino de amor.
Na estrofe popular aparecem os primeiros três versos rimados entre si; também o quinto, o sexto e o sétimo, e finalmente o quarto com o último, não havendo, portanto um único verso órfão. Assim:
Diga Deus Onipotente
Se é você, realmente
Que autoriza, que consente
No meu sertão tanta dor
Se o povo imerso no lodo
apregoa com denodo
que seu coração é todo
De luz, de paz e de amor.



08 - Décimas
As décimas, dez versos de sete sílabas, são, desde sua criação no limiar do nosso século, as mais usadas pelos poetas de bancada e pelos repentistas. Excelentes para glosar motes, esta modalidade só perde para as sextilhas, especialmente escolhidas para narrativas de longo fôlego. Ainda assim, entre muitos exemplos, as décimas foram escolhidas por Leandro Gomes de Barros para compor o longo poema épico de cavalaria A BATALHA DE OLIVEIROS COM FERRABRAZ, baseado na obra do imperador francês Carlos Magno:

Eram doze cavalheiros
Homens muito valorosos
Destemidos, corajosos
Entre todos os Guerreiros
Como bem fosse Oliveiros
um dos pares de fiança
Que sua perseverança
Venceu todos os infiéis
Eram uns leões cruéis
Os doze pares de França.



09 - Martelo Agalopado
O Martelo agalopado, estrofe dez versos de dez sílabas, é uma das modalidades mais antigas na literatura de cordel. Criada pelo professor Jaime Pedro Martelo (1665 - 1727), as martelianas não tinham, como o nosso martelo agalopado, compromisso com o número de versos para a composição das estrofes. Alongava-se com rimas pares, até completar o sentido desejado. Como exem plo, vejamos estes alexandrinos
"Visitando Deus a Adão no Paraíso
achou-o triste por viver no abandono,
fê-lo dormir logo um pesado sono
e lhe arrancou uma costela, de improviso
estando fresca ficou Deus indeciso
e a pôs ao Sol para secar um momento
mas por causa, talvez dum esquecimento
chegou um cachorro e a carregou,
nessa hora furioso Deus ficou
com a grande ousadia do animal
que lhe furtara o bom material
feito para a construção da mulher,
estou certo, acredite quem quiser
eu não sou mentiroso nem vilão,
nessa hora correu Deus atrás do cão
e não podendo alcançar-lhe e dá-lhe cabo
cortou-lhe simplesmente o meio rabo
e enquanto Adão estava na trevas
Deus pegou o rabo do cão e fez a Eva."
Com tamanha irresponsabilidade, totalmente inaceitável na literatura de cordel, o estilo mergulhou, desde o desaparecimento do professor Jaime Pedro Martelo em 1727, em completo esquecimento, até que em 1898, José Galdino da Silva Duda dava à luz feição definitiva ao nosso atual martelo agalopado, tão querido quanto lindo. Pedro Bandeira não nos deixa mentir:
Admiro demais o ser humano
que é gerado num ventre feminino
envolvido nas dobras do destino
e calibrado nas leis do Soberano
quando faltam três meses para um ano
a mãe pega a sentir uma moleza
entre gritos lamúrias e esperteza
nasce o homem e aos poucos vai crescendo
e quando aprende a falar já é dizendo:
quanto é grande o poder da Natureza.
Há, também, o martelo de seis versos, como sempre, refinado, conforme veremos nesta estrofe:
Tenho agora um martelo de dez quinas
fabricado por mãos misteriosas
enfeitado de pedras cristalinas
das mais raras, bastante preciosas,
foi achado nas águas saturninas
pelas musas do céu, filhas ditosas.



10 - Galope à Beira Mar
Com versos de onze sílabas, portanto mais longos do que os de martelo agalopado, são os de galope à beira mar, como estes da autoria de Joaquim Filho:
Falei do sopapo das águas barrentas
de uma cigana de corpo bem feito
da Lua, bonita brilhando no leito
da escuridão das nuvens cinzentas
do eco do grande furor das tormentas
da água da chuva que vem pra molhar
do baile das ondas, que lindo bailar
da areia branca, da cor de cambraia
da bela paisagem na beira da praia
assim é galope na beira do mar.
Logicamente que há o galope alagoano, à feição de martelo agalopado, com dez versos de dez sílabas cuja diferença única é a obrigatoriedade do mote: "Nos dez pés de galope alagoano".



11 - Meia Quadra
Outra interessante modalidade é a Meia Quadra ou versos de quinze sílabas. Não sabemos porque se convencionou chamar de meia quadra, quando poderia, muito bem, se chamar de quadra e meia ou até de quadra dupla. As rimas são emparelhadas e os versos, assim compostos:
Quando eu disser dado é dedo você diga dedo é dado
Quando eu disser gado é boi você diga boi é gado
Quando eu disser lado é banda você diga banda é lado
Quando eu disser pão é massa você diga massa é pão

Quando eu disser não é sim você diga sim é não
Quando eu disser veia é sangue você diga sangue é veia
Quando eu disser meia quadra você diga quadra e meia
Quando eu disser quadra e meia você diga meio quadrão.
A classificação da literatura de cordel há sido objeto da preocupação dos chamados iniciados, pesquisadores e estudiosos. As classificações mais conhecidas são a francesa de Robert Mandrou, a espanhola de Julio Caro Baroja, as brasileiras de Ariano Suassuna, Cavalcanti Proença, Orígenes Lessa, Roberto Câmara Benjamin e Carlos Alberto Azevedo. Mas a classificação autenticamente popular nasceu da boca dos próprios poetas.

No limiar do presente século, quando já brilhava intensamente à luz de Leandro Gomes de Barros, fluía abundante o estro de Silvino Pirauá e jorrava preciosa a veia poética de José Galdino da Silva Duda. Esses enviados especiais passaram a dominar com facilidade a rima escorregadia, amoldando, também, no corpo da estrofe o verso rebelde. Era o início de uma literatura tipicamente nordestina e por extensão, brasileira, não havendo mais, nos nossos dias, qualquer vestígio da herança peninsular.
Atualmente a literatura de cordel é escrita em composições que vão desde os versos de quatro ou cinco sílabas ao grande alexandrino. Até mes mo os princípios conservadores defendidos pelos nossos autores ortodoxos referem-se a uma tradição brasileira e não portuguesa ou espanhola. Os textos dos autores contemporâneos, apresentam um cuidado especial com a uniformização ortográfica, com o primor das rimas, com a beleza rítmica e com a preciosidade sonora.

Fonte:http://www.ablc.com.br/popups/metrica/metrica.htm

sexta-feira, 16 de julho de 2010



No dia 18 de junho, o mundo da literatura perdeu um grande autor. José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998, morreu em casa, em Lanzarote, Espanha.


O primeiro Nobel de língua portuguesa nasceu na aldeia de Azinhaga, província de Ribatejo, em 16 de novembro de 1922. O filho de camponeses sem-terra mudou-se para Lisboa aos dois anos e viveu a maior parte de sua vida por lá.


Com dificuldades financeiras, Saramago não conseguiu cursar a universidade e teve a sua primeira atividade profissional como mecânico. Aos 19 anos, com dinheiro emprestado, conseguiu comprar seu primeiro livro.


O escritor português trabalhou como mecânico, funcionário público, desenhista, tradutor, editor e jornalista, no qual se aproximou ainda mais de sua paixão: literatura.


Seu primeiro romance foi Terra do Pecado, em 1947 e em 1998 consegui o Nobel de Literatura com o livro Ensaio sobre a Cegueira. Em 2008, o romance virou filme e foi parar nas telonas.


Saramago era comunista e teve polêmicas ao longo de sua carreira por suas opiniões sobre política e religião.


Suas obras foram traduzidas para mais de 20 idiomas.


Romances Publicados:
Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio sobre a Cegueira, 1995
A Bagagem do Viajante, 1996
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2001
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
As Pequenas Memórias, 2006
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

terça-feira, 8 de junho de 2010

Relação entre aluno e professor - Entrevista coma a professora Camila Valério.

Professora agride aluna em escola de Minas Gerais

Crianças reclamam que apanhavam com livros no rosto e que eram humilhadas

Uma professora de uma escola estadual em Belo Horizonte, Minas Gerais, é suspeita de agredir duas alunas de nove anos. Uma das mães, Paula Noronha, diz que viu as agressões nas imagens das câmeras de segurança da escola.
- Eu realmente vi, ela bate na minha filha, pega pelos dois braços e a joga no não. Também bate com livros no rosto dela.
As crianças, dizem ser empurradas, apanham com livros no rosto e também são humilhadas. A professora prestou depoimento em uma delegacia de polícia, mas não quis gravar entrevista.

Adolescente agride professora em escola de Belo Horizonte

Um adolescente de 14 anos foi detido na Escola Municipal Professor Moacir de Andrade, em Belo Horizonte. De acordo com a polícia, o estudante teria jogado objetos na professora, tentado agredi-la e colocado fogo no cabelo dela.
O garoto também quebrou uma carteira. Ele só parou quando foi imobilizado por um guarda.

Segundo a Polícia Militar, não foi a primeira vez que o garoto criou problemas na escola. Nesta quarta-feira, ele teria uma audiência justamente por agredir uma professora.

A mãe do jovem foi acionada e acompanha a ocorrência. Eles foram levados para o Centro Integrado de Apoio ao Adolescente Infrator.
Refletindo a respeito destes episódios lamentáveis publicados na internet , nos damos conta de como a nossa sociedade esta indo de mal a pior, não se tem mais respeito com os pais, com os mais velhos , e não digo só das crianças , o ser humano esta se tornando a cada dia mais agressivo e sem cultura.

A dificuldade na relação professor aluno é atribuída ao comportamento dos alunos e o exercício da disciplina.
Os professores consideram que em muitas ocasiões o professor é obrigado usar a sua autoridade devido o comportamento do aluno.
A ocorrência de conflitos é atribuída à ausência de limites colocados pela família.






Entrevista realizada 13/05/2010
pela aluna Cristina do S.C.Costa
a Professora Camila Valério
“Conflitos entre Professores e alunos”.



A dificuldade na relação professor aluno é atribuída ao comportamento dos alunos
e o exercício da disciplina .
Os professores consideram que, em muitas ocasiões, o professor é obrigado pelo comportamento do aluno a exercer sua autoridade.
A ocorrência de conflitos, é atribuída à ausência de limites colocados pela família
de limites colocados pela família e desinteresse do aluno por qualquer disciplina.
Para nos esclarecer, e falar sobre o assunto convidamos à professora
Camila A. Valério, Psicóloga Clínica, Psicóloga Hospitalar , especialista em transtornos alimentares e obesidade. CRP 06/73409

Como professora e psicóloga faça um
comentário a respeito de
conflito entre professores e alunos?

Professora Camila:
Acredito que isso seja uma
via de duas mãos. Preciso
deixar claro que não é geral
alguns tem grande dificuldade
em aceitar o professor como
figura de autoridade conferida
por seu papel profissional
para que as ordens sejam
atendidas . E o líder que lidera
pela coação , pelo poder que tem.
Isso precisa ser repensado, e
reestruturado. Sempre existirá
conflito, em todas as áreas
entre alunos e professores, ou
profissionais da saúde, não
importa: existem formas de se
resolver sem ferir os princípios
do aluno e do professores.

Já teve experiência com aluno
problemático?


Professora Camila:
Já tive alguns problemas
Mas nada grave, nada que de fato
Possa ser conflito. O fato é que
Existe inúmeros alunos das mais
Variadas idades, que não se
Ajustam as regras institucionais
E acreditam que é você, professor
Que deve fazer por ele. É como
Se não houvesse um envolvimento
Real com a responsabilidade.

Na opinião dos alunos:


Na relação com o professor , os alunos atribuem a responsabilidade ao professor, a diferença de idade ou pelo fato de não estabelecerem regras claras, e universais com
os alunos.
A grande maioria dos alunos consideram que a sua escola valoriza o bom relacionamento entre, e alunos e professores.
Os alunos de antigamente, respeitavam os professores como uma autoridade
máxima, hoje a maioria dos professores são jovens e os alunos não o vêem como um professor e sim como um amigo e pensa que pode tratar o professor como um colega e o respeito muita das vezes é ignorada.

Homenagem aos nossos professores.

Este video é uma forma de experessar a todos os professores deste primeiro bimestre a nossa gratidão.

Nosso aprendizado.





Uma Mensagem Para os Futuros Educadores
Este video é inspirador, um incentivo para todos alunos que sabe as dificldades que teremos pela frente.
Não percamos o alvo.

"Se um homem não descobriu algo por que morrer, ele não está preparado para viver."
Martin Luther King

Professora Lucia Miranda lê trecho de seu livro "Rosa de Saron" no 1º Salão do livro em Guarulhos.

Neste video vemos a Professora Lucia Miranda lendo trecho de seu livro "Rosa de Saron" para um público seleto. Estavam presentes Valdir Carleto, Ibrahin Khori e Castelo Hassen. Neste dia, parte da turma do curso de letras pode testemunhar tal momento.

O video é curto mas o momento foi eternizado!!

Paulo Freire e suas inovações à Educação


Por Daiani Alves da Silva.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Pernambuco, Recife, no dia 19 de setembro de 1921, filho de família humilde desde cedo mostrava afeição pelos estudos.
Devido ao seu empenho em ensinar os mais pobres, tornou-se uma inspiração para as novas gerações de educadores. Pelo mesmo motivo sofreu perseguições do regime militar, no período de 1964 à1985, foi preso e forçado ao exílio.
Partiu para o exílio no Chile, onde trabalhou por cinco anos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária. Nesse período, escreveu seu principal livro: Pedagogia do Oprimido (1968).
Em 1969, lecionou na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos; na década de 70, deu consultoria educacional a governo de países pobres, a maioria no continente Africano.
Depois de 16 anos de exílio, em 1980 retorna ao Brasil, onde escreveu dois livros : Pedagogia da Esperança (1992) e À Sombra Desta Mangueira (1995). Lecionou na Unicamp e PUC –SP. Em 1989, foi secretário de Educação no município de São Paulo.
Freire foi casado com a professora primária Elza Maria Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua esposa, casou-se novamente com uma ex aluna, Ana Maria Araújo Freire, e com ela viveu até morrer, vítima de um infarto em 2 de maio de 1997.
Conheça agora algumas abordagens de uma de suas obras, o livro: A Importância do ato de ler.

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

Paulo Freire apresenta esse trabalho na abertura do Congresso Brasileiro de Leitura, realizado em Campinas, em 1981.
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra” (pg.11)
Nossa primeira leitura começa com a leitura do mundo, das coisas que nos cercam, das pessoas com as quais convivemos, do entendimento do que acontece ao nosso redor.
Freire retoma sua infância, período em que ainda não lia as palavras, porém fazia a leitura do mundo que o cercava. As “letras” e as “palavras” estavam presentes na natureza, nos animais, nos valores das pessoas mais velhas.
Primeiramente teve a experiência de ler o mundo que o cercava, e então, com a ajuda dos seus pais começou o processo de alfabetização e aprender a leitura da palavra, no quintal da sua casa com galhos de árvores.
Na maturidade, Freire atua como professor de Português, o qual proporcionava aos seus alunos a compreensão do conteúdo de forma dinâmica e viva, não se baseando em decorebas, mas sim no seu real entendimento.
Não há como ignorar o que o aluno sabe; ao vir para a escola, ele não é uma cabeça “vazia” que será preenchida. Sendo assim o professor deve proporcionar a aprendizagem, e ele fará esse processo sozinho.
No entanto, falar da alfabetização de adultos não é só falar do problema da leitura e da escrita, mas da leitura da realidade. Os alunos devem ter participação ativa na sala de aula com o professor, e este vai perceber as dificuldades e ajudá-lo a superar, respeitando o ritmo de compreensão de cada individuo, onde ambos aprendem.

O professor autoritário é aquele que acha que sabe tudo, e somente ele está certo, interfere no direito do aluno expor suas opiniões, considera-se superior a todos na sala de aula.

Já o professor libertador reconhece que não sabe tudo e que pode aprender com o aluno.

“É preciso que quem sabe saiba sobretudo que ninguém sabe tudo e que ninguém tudo ignora”(pg.27).

“Já que a educação modela as almas e recria os corações ,ela é a alavanca das mudanças sociais”(pg 28).

A leitura do mundo deve ser profunda, pois, dessa forma, observaremos a realidade, e essa precede a leitura da palavra, oportunizando às pessoas uma visão mais crítica e consciente para a reconstrução de uma sociedade para todos.
Freire com sua esposa Elza contribuem no campo da educação. Na sua proposta de ensino, não se trabalha com cartilhas manipuladoras, mas com cadernos de cultura popular, são livros básicos: um de alfabetização e o segundo de pós-alfabetização que contém textos com uma linguagem simples, que tratam da realidade do país.
Afinal, devemos estar presentes na construção da história e não somente sermos representantes, os quais aceitamos tudo.
“Praticando, aprendemos a praticar melhor” (pg 46).

Usar palavras que tenham a ver com o nosso dia a dia, oferecer desafios a serem resolvidos, utilizar histórias populares contribuem para o desenvolver da criticidade.
“Praticando a leitura e praticando a escrita os camaradas e as camaradas aprenderam a ler e a escrever ao mesmo tempo que discutiram assuntos de interesse de nosso povo.Não aprenderam a ler decorando ou memorizando ba-be-bi-bo-bu; ta-te-ti-to-tu, para depois simplesmente repetir”(pg 54).

O segundo caderno cultural popular sugere aprofundar tudo o que já foi aprendido e conhecer o que ainda não se conhece. Não é somente na escola que estudamos, mas sempre, ao tentar compreender um problema para solucionar praticamos o ato de estudar.
Paulo Freire foi um grande inovador na área da educação e deixou obras esplêndidas a serem lidas, exploradas e colocadas em prática pelos futuros e atuais professores, seu ideal era uma sociedade mais justa, cuja educação fosse uma das grandes alavancas das transformações sociais.

Erro de português não existe!



“O brasileiro sabe seu português, o português do Brasil, enquanto os portugueses sabem o português de Portugal”. Essa é uma das afirmações feitas por Marcos Bagno- Linguista e escritor- em seu livro: “Preconceito Linguístico – o que é, como se faz”, que ataca a crença que afirma que o brasileiro não sabe o português. Para Bagno, o “erro de português”, que amedronta, intimida e humilha tanta gente, simplesmente não existe. No livro citado, Bagno explica por meio de argumentos concretos, que esse e outros “mitos”, por exemplo: “a língua portuguesa é muito difícil”, não passam de superstição que os gramáticos tradicionais impõem aos brasileiros. Bagno vai mais longe e afirma: “A dificuldade de se lidar com a língua é o resultado de um ensino marcado pela obsessão normativa, terminológica, classificatória, excessivamente apegado à nomenclatura, um ensino que parece ter a formação de professores e não a de usuários da língua...” .
“São Paulo que fala ‘dois pastel’ e acabou as ficha’ é um horror!”, dito por Pasquale Cipro Neto, o professor de Gramática mais famoso do Brasil, ao responder uma entrevista à revista VEJA que perguntava: “Onde se fala o pior português?”. Para Cipro o carioca fala o “melhor português”, ele afirma que o carioca não come o “s” quando usa o plural, utiliza os pronomes com mais propriedade, não erra tanto nas concordâncias e tem uma linguagem mais criativa. Pasquale não aceita o estrangeirismo na língua e diz “o sujeito que usa um termo em inglês no lugar do equivalente em português é um idiota”.
Após a análise dos parágrafos e das citações de pessoas renomadas da nossa língua, podemos chegar à conclusão que a linguística, ciência da linguagem, e a gramática, regras/normas da linguagem, estão em constantes brigas e conflito, pois enquanto a gramática normativa se preocupa em colocar suas normas em prática, a linguística mostra à gramática normativa que na prática ninguém respeita suas normas, e realiza argumentos históricos e concretos para fundamentar suas ideias.

Por Carlos, Graziela e Elizangela.

domingo, 30 de maio de 2010

Primeira parte da entrevista com as professoras Rosangela e Lucia Miranda

Entrevista feita pelos alunos Carlos, Elisangela e Grazy.
primeira parte

ENTREVISTA COM A PROFESSORA UNIVERSITÁRIA: ROSÂNGELA GARCIA MEDEIROS

Desde 2002, lecionando na Faculdades Integradas Torricelli, ministra as disciplinas linguística, linguística aplicada, língua portuguesa e comunicação. Sua formação acadêmica inicia-se com a licenciatura do Curso de Letras na Universidade de Franca. Ao mudar-se para Guarulhos cursa Pedagogia. Após sua formação em Pedagogia especializa-se em Língua Portuguesa na Universidade de Franca e finaliza seus estudos com mestrado em Língua Portuguesa (Sociolinguística) na PUC, com visão de um futuro Doutorado. É uma amante da Linguística e se diz “apaixonada por ela”.


Segunda parte

Qual foi a sua motivação por esta área da Língua Portuguesa (a Linguística)?
Pra cursar mestrado é necessário um pré-projeto, o meu pré-projeto foi na área da humanidade (linguística), mas até então não tinha identificado em que ramo da Língua Portuguesa ele se encaixaria, até quando meu professor o avaliou e disse que era da área da linguística, a partir daí entrei pra este ramo.


Por Carlos, Graziela e Elizangela.

Segunda parte da entrevista com as professoras Rosangela e Lucia Miranda.

Continuação


Terceira Parte

Qual o posicionamento que a Linguística toma em relação à Gramática?A Linguística sempre respeitará a Gramática e o uso popular, pra Linguística quando uma pessoa não respeita as normas da gramática é porque alguma coisa aconteceu, talvez por não frequentar uma escola, ou seja, ela não estudou por isso desconhece, ou o falante conhece, mas devido à situação que ele deve empregar sua fala não exige o uso das normas gramaticais, por exemplo, ao conversar com um interlocutor que diz ‘nós vai’, o falante não deve empregar terminologias que o mesmo desconheça, enfim a pessoa deve adequar sua fala de acordo com a situação. A Gramática é a base da Linguística.




Quarta Parte

Quais são os objetos de estudos da Linguística?A Linguagem Humana. Se não houvesse comunicação, fala e língua não haveria a Linguística. A Linguística é uma ciência que estuda a Linguagem dos seres humanos.

O Gramático Napoleão Mendes de Almeida em uma citação diz que o Linguista não passa de um terrorista da língua. O que a senhora acha desta afirmação?Ele é um ótimo gramático! Eu acho que os linguistas e os gramáticos sempre terão esta posição, um brigando com o outro. Um exemplo muito interessante é o que acontece com meu professor Dino Fioravante Preti que é amigo de Marcurschi e do Evanildo Bechara, ambos são muito amigos, embora tenham ideologias diferentes e vivem se ‘estrepando’.

No caso realmente existe uma briga entre a Linguística e a Gramática? Sim, existe pelo fato dos profissionais (linguísticas e gramáticos) defenderem suas ideias, mas esta utilização ou portabilidade é nítida a Linguística não vive sem a Gramática, nem a Gramática sem a Linguística, tanto é que a lingüística avalia, estuda e pesquisa a gramática e se baseia nela já a gramática respeita a lingüística, pois o gramático não pode ser preconceituoso pelo fato de uma pessoa falar errado.

Por Carlos, Graziela e Elizangela.

Última parte da entrevista com as professoras Rosangela e Lucia Miranda

Quinta parte


Lúcia Miranda Rosa é Mestre em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade São Paulo (USP); especialista em Língua Portuguesa e em Literatura Brasileira pela Universidade São Marcos; professora de Língua Portuguesa e suas literaturas, Comunicação e Expressão, Leitura e Redação e orientadora de Leitura e Pesquisa, nos cursos de Letras, Pedagogia e Direito, das Faculdades Integradas Torricelli, Guarulhos, e dos programas de capacitação de docentes da Teia do Saber (Projeto da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo). Profere palestras sobre a importância da leitura e da escrita. Ingressou no mundo da autoria com as recentes publicações de seus livros Hannah – A Flor das Águas (2008) e Rosa de Sarom (2009).


Qual a posição do gramático em relação ao linguista? O Gramático estuda e defende o uso das normas gramaticais; o linguista estuda o falar – o ato da fala – como fenômeno, isto é, como a língua se realiza como acontece na boca do falante. O gramático quer que todo falante fale corretamente, fazendo uso das regras gramaticais, que fale como se fosse a própria gramática ambulante, mas não é assim que de fato ocorre, e é, justamente este, o xis da questão e causador das polêmicas entre gramáticos e linguistas.
O que o linguista deixa claro é que a despeito de todas as imposições (normas e regras) firmadas pela NGB, o falante fala, comunica-se, entende-se, e o gramático e sua gramática não podem fazer nada para impedir que a fala aconteça: ela acontece, porque quem faz a língua ser viva é o falante.
Enquanto a Gramática é descontextualizada*, a fala é puro contexto, é a língua em ação. A gramática 100% correta está nos livros de Gramática, em que palavras estão dispostas, arranjadas da maneira como os estudiosos gramáticos organizaram-nas e classificaram-nas uma a uma para o bem falar e o bem entender; mas não é da forma como está nos manuais de gramática que a fala acontece. Entre ambas, gramática escrita e gramática falada, há um longo distanciamento, de acordo com os diversos níveis de linguagem.
Em síntese, o funcionamento da língua portuguesa se dá assim: como se deve fazer (teoria) e como se faz (prática), eis a posição do gramático e do linguista.

Última parte


Existe um conflito entre a Gramática e a Linguística? Acho que existe sim um conflito entre os profissionais e estudiosos desses dois ramos da língua portuguesa, pois o gramático insiste em ensinar a gramática tal qual está registrada nos livros gramaticais, sem levar em consideração a gramática internalizada do falante, e o linguista afirma que a língua não é feita pela gramática, mas pelo falante da tal língua, no caso, a portuguesa. O que o linguista pretende que o gramático entenda é que nem sempre o falante tem acesso ao padrão considerado culto da língua, não domina a norma culta, portanto, a língua culta é como se fosse outra língua para o falante da fala popular. Entre gramático e linguista deve haver um entendimento, senão sempre existirá esse conflito que não leva a nada. Ou leva, porque, se não fosse ele (conflito), não haveria tantos estudos gramaticais e linguísticos para ainda mais nos enriquecer.

Como se atualizar na gramática, já que passa por mudanças? Atualmente, assistimos a uma palestra, no Museu da Língua Portuguesa, ministrada pelo Prof. Ataliba T. de Castilho, e ele disse que devemos ter a nossa gramática, existe uma gramática padrão, mas devemos saber utilizá-la em cada situação. Como afirma o Prof. Evanildo Bechara, devemos ser poliglotas na nossa própria língua, só assim saberemos falar com a cozinheira, com o pessoal da zeladoria da limpeza, com o professor, com o diretor, com os alunos etc.; mas para chegar a essas condições devemos dominar o código maior, a gramática. Repare que todo linguista, mesmo assumindo uma posição hostil, se é que é este mesmo o termo que posso usar, em relação aos gramáticos, ele domina a gramática; e, como vimos na palestra, um deles, Rodolfo Ilari, até escreveu uma Gramática, e ainda brincaram entre eles, que todo linguista acaba escrevendo uma gramática. Mas, o mais importante para a atualização da gramática é a leitura, principalmente de jornais.

Qual foi o pior erro que a Senhora já cometeu, numa situação que exigia o uso da norma culta? Não foi um erro tão grave, pelo fato de eu ser muito cautelosa e estar sempre atenta a minha fala, naturalmente atenta. Eu me lembro que, de certa feita, ao conversar com uma colega da faculdade, quando cursava o curso de Letras, e disse para ela: “por causa que...”; ela deu risada, e estranhei e lhe perguntei o motivo. Ela me perguntou por que eu sempre usava o “por causa que”, em vez de “porque”. Lembro-me que fiquei muito constrangida por ser corrigida, mas gostei; essa forma de justificar “por causa que” era tradição na fala de pessoas do interior. Às vezes até brincamos em certas situações, por exemplo, com o gerundismo, brinco bastante com os meus colegas de sala dos professores, usando o tal gerundismo de propósito.
“(...) nós devemos sempre melhorar a nossa linguagem, lendo e estudando, pois a linguagem descuidada denota falta de educação...”
NASCIMENTO, Edmundo Dante. Os cem erros mais correntes da língua portuguesa falada no Brasil. 2. Ed. Rede Latina: São Paulo, 1960, p 11.


“(A Gramática) faz uso da língua uma questão de disciplina, de obediência a ‘dogmas’, com forte componente elitista e repressivo.(...) Que se deve aprender na modalidade culta? Claro. Mas isso não permite reduzir o estudo gramatical a um manual de etiquetas.”
FRANCHI, Carlos. Criatividade e gramática. In: Trabalhos em Linguística aplicada. Unicamp, Campinas, 1987.


“Os ‘delinguentes’ da língua portuguesa fazem do principio histórico ‘Quem faz a língua é o povo’ verdadeiro mote para justificar o desprezo de seu estudo, de sua gramática, de seu vocabulário, esquecidos de que a falta de escola é que ocasiona a transformação, a deterioração, o apodrecimento. Cozinheiras, babás, engraxates, trombadinhas, vagabundos criminosos é que devem figurar, segundo esses terroristas, como verdadeiros mestres de nossa sintaxe e legítimos conhecedores de nosso vocabulário.”
Trecho do gramático Napoleão Mendes de Almeida, citado em FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: língua portuguesa para nossos estudantes, 1992, p. 60.



Por Carlos, Graziela e Elizangela.

Professor Pasquale visita o 1º Salão do livro em Guarulhos


Os alunos do curso de letras Carlos , Grazy e Elisangela juntos com o Professor Pasquale.


Aos 11 de maio de 2010, estivemos no Salão do Livro em Guarulhos na presença do professor de gramática mais conhecido do Brasil, o professor Pasquale Cipro Neto, palestrando no espaço cultural do salão, cujo tema fora: “Língua Portuguesa”, com a apresentação de Paula Picarelli.
Picarelli inicia a palestra relatando a vida acadêmica e profissional de Pasquale e sobre sua influência na Língua Portuguesa. Cipro atua como apresentador da Rádio Cultura “Nossa Língua Portuguesa”, é colunista da Folha de S. Paulo, do jornal “O Globo” e da revista “Cult”.



Pasquale começa explicando a importância do ensino da Gramática nas escolas e que é necessária certa rigidez para que ao longo da vida acadêmica dos alunos os mesmos possam usá-la corretamente. Após algumas perguntas do público, que estavam muito interessados, Pasquale faz uma comparação com a língua dizendo: “Devemos ver a língua como um guarda roupa, e usá-la conforme a situação que nós estamos vivendo. Por exemplo, ao irmos numa audiência é necessário usar uma roupa social, que é adequado a situação, mas quando vamos à praia iremos com trajes mais apropriados. É assim que deve funcionar a língua.”
“Quem fala ‘Eu vou está transferindo’, ou ‘vou está te atendendo’, deve analisar-se para não cometer mais deslizes com este vício horrível que é o famoso e tão usado gerundismo.”- Pasquale.
Pasquale condena quem utiliza o gerundismo, quando falado desnecessariamente, da mesma forma que condena quem fala uma palavra inglesa no lugar de uma em português, e diz que o falante, não passa de um idiota.
Ele finaliza a palestra dialogando a respeito do acordo ortográfico e afirma que achou um ‘lixo’ e por ele não haveria mudança na ortografia. Por meio de argumentos concretos e históricos, fundamenta e baseia sua tese, um dos argumentos citado é o fato do ‘etc’ fazer parte da constituição do acordo ortográfico.
Por Carlos, Graziela e Elizangela.

A lógica do erro.



TIRA DÚVIDAS: CRASE


Dá se o nome de crase à fusão de preposição a com o artigo definido feminino a ou as. Quando o termo regente exige a presença dessa preposição e o termo regido vem acompanhado do artigo definido feminino, então ocorre a crase, que vem sempre marcada pelo acento grave.
Exemplo: Irei à cidade de Guarulhos. (irei a + a cidade de Guarulhos)

à


Obs.: Quando a preposição a for seguida dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, as, ocorre a crase. Também ocorre o uso do acento grave do a nas locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas, ainda que nesses casos não ocorra verdadeiramente a crase:
Exemplos:
Esse fenômeno pode ocorrer, às vezes, nessa região.

Nunca poderei esquecer essa professora, à qual muito devo.

Não fui àquela farmácia.

Produção: Simone Heck, Cleide Prats, Adriana Áquila, Mary Frold e Daniela Frold.
Obs: não foi finalizado.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Conflitos e reconciliações na sala de aula.

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Conflitos e reconciliações na sala de aula




Outra vez a cena se repete. O pai chega em casa inconformado, reclamando com a esposa.
- Este seu filho não tem jeito, aprontou de novo na escola. Fui busca-lo e lá estava ele, com aquele cinismo na cara e um papel de “suspensão” na mão.
- Mas o que foi desta vez, meu filho?
- Não foi nada, mamãe! É que...
E o pai, nervoso e cansado das ladainhas do filho, o interrompe.
- Fica quieto, Maurício! Vá já para o seu quarto!
Mas a mãe insiste em perguntar ao marido.
- O que foi que aconteceu? Achei que ele tinha parado com essas coisas.
- Eu também achei, minha querida... Eu também achei.
E depois de um momento de hesitação, o pai recordou.
- Você lembra da vez em que o deixamos um mês de castigo, por ele ter murchado os pneus daquele professor gordinho...
- Lembro! Fiquei com uma baita vergonha na reunião de fim de ano.
- E aquela vez em que ele ameaçou a professora de matemática com uma tesoura, você lembra?
- Sim, eu me lembro. Mas foi com a professora de história.
- Ah é verdade! A professora de matemática foi outra coisa.
- E quando ele pôs cocô na bolsa daquela professora que substituiu aquele professor gordinho...
- Lembro! Oh se lembro! Mas o que eu não entendo, é o que esse garoto tem contra professores.
E depois daquela retrospectiva “das aventuras de Maurício”, a mãe comenta.
- Achei que após aquela conversa com o psicólogo, ele iria perceber que estava passando dos limites e mudar de uma vez por todas. E durante um tempo, tive impressão de que estava acontecendo.
- Eu também vi mudanças. Realmente ele estava mais calmo, mais amoroso com as pessoas e até arrancou elogios dos professores.
- É verdade, sabia que há pouco tempo, ele me confessou que estava se apaixonando por uma mulher?! Eu até fiquei receosa no começo, mas depois achei engraçado um garoto de 13 anos dizer que está apaixonado. Mas é melhor assim, pelo menos ele se apega a alguma coisa e não se mete em confusão.
- Então ele te disse que estava apaixonado?
- Sim, porquê?
- Quer saber porque ele foi suspenso dessa vez?
- Mas é claro que sim! Conta de uma vez!
- Dá uma olhada nesse poema que ele mandou para a nova professora de música, está com a parte final rasgada, mas dá para ter uma idéia...

“Querida professora,
eu queria lhe dizer:
não precisa ter DÓ
só porque sou de MENOR
você precisa saber
que o meu LÁ
é bem do MAIOR
e nesse dia de SOL
SI você vim de RÉ...”



Marcílio Tursi

Conhecendo Marcos Bagno - Autor de "Preconceito Linguístico"



Marcos Bagno nasceu em Cataguases (MG), mas sempre viveu fora de seu estado de origem. Depois de ter vivido em Salvador, no Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife, transferiu-se em 1994 para a capital de São Paulo, onde viveu até 2002, quando se tornou professor do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB),
tendo atuado no Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas até 2009, ano em que se transferiu para o Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução.
Como escritor, Bagno iniciou sua carreira em 1988 ao receber o IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura pelo livro de contos A Invenção das Horas, publicado pela Editora Scipione.
Vieram em seguida outros livros, a maioria deles dedicados ao público infanto-juvenil. Sua produção literária soma no momento quase 30 títulos. Outros prêmios importantes: "João de Barro" (literatura infantil, 1988), "Cidade do Recife" (poesia, 1988), "Cidade de Belo Horizonte" (contos, 1988), "Estado do Paraná" (contos, 1989) e "Carlos Drummond de Andrade" (poesia, 1989). Alguns de seus livros receberam da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil a classificação de "Altamente Recomendável". Desde 1997, tem se dedicado à produção de obras voltadas para a educação, como Pesquisa na escola: o que é, como se faz (Ed. Loyola), Machado de Assis para principiantes (Ed. Ática), O processo de independência do Brasil (Ed. Ática). Suas obras no campo da linguística se concentram principalmente nas questões relativas à crítica do ensino da língua portuguesa nos moldes tradicionais, baseados exclusivamente nas noções pouco consistentes da gramática normativa e impregnados de preconceitos sociais. Seu primeiro trabalho nessa linha foi A língua de Eulália (novela sociolinguística), publicado pela Ed. Contexto em 1997 e desde então constantemente reeditado.

Paralelamente, Bagno vem trabalhando como tradutor para algumas das principais editoras do país, e já traduziu mais de 50 livros do inglês, do francês, do espanhol e do italiano. Como intérprete simultâneo de conferências, soma mais de 1.000 horas de cabine em eventos nacionais e internacionais.

No campo da investigação científica e acadêmica, Bagno sempre se interessou pelo que diz respeito à linguagem humana em todas as suas manifestações. Se graduou em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde também obteve o título de Mestre em Linguística com uma investigação sociolinguística sobre o tratamento da variação nos livros didáticos de português. Obteve o título de Doutor em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) com uma tese sobre as discrepâncias entre a língua realmente utilizada pelos brasileiros e a norma-padrão conservadora, veiculada pelas gramáticas tradicionais, pelos livros didáticos e pela mídia, que se baseiam em doutrinas ultrapassadas e não refletem a realidade da língua viva. A tese, orientada pelo Prof. Ataliba de Castilho e co-orientada pela Profa. Marta Scherre, foi publicada em agosto de 2000 pela Ed. Loyola com o título Dramática da língua portuguesa (atualmente em 3a. edição).

A militância de Bagno contra toda forma de exclusão social pela linguagem se tornou mais conhecida depois da publicação do livro Preconceito linguístico: o que é, como se faz (Ed. Loyola) que, desde seu lançamento, em 1999, vem sendo reeditado de modo ininterrupto e constante, com uma edição nova a cada mês. Já perto de atingir sua 50ª edição, o livro é amplamente utilizado nos cursos de Letras e Pedagogia de todo o Brasil.

Graças a esta militância em favor do reconhecimento da riqueza e do valor das múltiplas variedades linguísticas que compõem o universo da língua portuguesa do Brasil, Bagno vem sendo convidado a ministrar cursos, palestras e conferências nas mais diversas regiões do país. Em 2004, foi coordenador-adjunto da avaliação dos livros didáticos de português para o ensino médio (PNLEM), processo executado pelo Ministério da Educação. No mesmo ano, a convite do Ministério das Relações Exteriores, esteve na Argentina, no Paraguai e no Uruguai para discutir questões relativas ao ensino do português brasileiro para estrangeiros. Atuou em mais dois processos de avaliação de material didático para o Ministério da Educação: o PNLD-Dicionários (2005) e o PNLD-2008 (5ª a 8ª séries). A convite da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), ministrou curso sobre a realidade sociolinguística brasileira no verão europeu de 2005.

Em 2001, publicou o livro Português ou brasileiro? Um convite à pesquisa (Parábola Editorial), que propõe uma metodologia para a introdução da prática da pesquisa em sala de aula como ferramenta pedagógica para substituir a prática tradicional das "aulas de gramática". Organizou os volumes Norma linguística (2001) e Linguística da norma (2002) (ambos pelas Ed. Loyola) e Língua materna: letramento, variação & ensino (Parábola, 2002). Traduziu História concisa da linguística de Barbara Weedwood (Parábola, 2002) e Para entender a linguística de Robert Martin (Parábola, 2003). Retomando seu trabalho de ficcionista, Bagno escreveu O espelho dos nomes (Ática, 2002), uma aventura pelo reino fascinante da linguagem, dedicada ao público infantil e juvenil. Em 2005, publicou mais três livros dedicados ao público infanto-juvenil: Murucututu: a coruja grande da noite (Ática), Uma vida de conto de fadas: a história de Hans Christian Andersen (Ática) e A Lenda do Muri-Keko (Ed. SM).
Em 2003 publicou o livro A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira (Parábola Editorial), em que retoma a discussão sobre o preconceito linguístico a partir da reação da imprensa brasileira à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. Discute os problemas que envolvem a expressão "norma culta" e propõe novos termos e conceitos para uma análise mais precisa da realidade sociolinguística do Brasil. Examina as relações entre língua e poder na sociedade brasileira, numa perspectiva histórica, desde o período colonial até os dias de hoje.
No início de 2007 a Parábola Editorial lançou Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. Neste novo livro, Bagno analisa os problemas existentes nas abordagens que livros didáticos e materiais de formação docente vêm dando à variação linguística, problemas decorrentes da falta de bons fundamentos teóricos para o tratamento do tema. O livro traz os principais conceitos da sociolinguística, propõe um roteiro para a análise crítica dos materiais didáticos, oferece atividades práticas para o tratamento da variação e da mudança em sala de aula e, por fim, leva o leitor a refletir sobre os conceitos abordados por meio de exercícios.

A importância da língua inglesa nos dias atuais.


Idioma do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e outros países de influência britânica. Mas como essa língua complexa e popular originou-se?
Há três etapas fundamentais em sua evolução:
Old English ( 500-1100 A.D.) Comparado ao inglês moderno, é uma língua quase irreconhecível, tanto na pronúncia quanto no vocabulário e na gramática. Variante do germânico ocidental, era a língua mais difundida. Por meio do contato com o império romano e da evangelização de Santo Agostinho de Canterbury, o idioma sofreu influência do latim até o século XI.
Middle English ( 1100-1500 A.D.) O elemento de maior importância neste período, foi a forte presença e influência da língua francesa no inglês. Essa transfusão de culturas, resultou principalmente, num aumento considerável de vocabulário. Com o passar dos séculos, as disputas ocorridas entre as ilhas britânicas e o continente, provocaram um sentimento nacionalista e, pelo final do século XV, tornou-se evidente que o inglês havia prevalecido. Até mesmo como língua escrita, o inglês já havia substituído o francês e o latim como língua oficial para documentos, e assim, começava a surgir uma literatura nacional.


Modern English ( a partir de 1500 A.D.) Representou um período de padronização e unificação da língua. Londres, centro político, social e econômico da Inglaterra, criou um sistema postal, possibilitando a propagação do dialeto. Nessa época, a disponibilidade de materiais impressos, também deu impulso à educação, trazendo a alfabetização ao alcance da classe média. Os primeiros trabalhos de Samuel Johnson ( escritor e pensador inglês 1709-84),influenciaram no uso da língua, incorporando conceitos gramaticais das línguas latinas e trazendo uniformidade gramatical. Desde então, a ortografia do inglês mudou em apenas pequenos detalhes, mas a sua pronúncia sofreu grandes tranformações.


American English ( dias atuais) Os anseios por liberdade determinaram a Colonização da América do Norte. A chegada dos primeiros imigrantes ingleses em 1620, marca o início da presença da língua inglesa no novo mundo. Na época da independência dos Estados Unidos, em 1776, o dialeto norte-americano já mostrava características distintas em relação ao dialeto britânico. Hoje, entretanto, as diferenças entre os dois estão, basicamente, na pronúncia, além de pequenas diferenças no vocabulário. Os Estados Unidos da América e a Inglaterra mantiveram fortes laços culturais, comerciais e políticos, sendo as diferenças entre eles, menos significantes.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

História da língua inglesa.




É um dos mais apreciados destinos turísticos dos Estados Unidos. Walt Disney, o fundador da empresa e da marca Disney, propôs a construção do parque temático gigante em 1965. Seu sonho tornou-se realidade em 1971.
Walt Disney World é formado por quatro parques temáticos, cada um deles possui famosos passeios.
Magic Kingdom





É a mais famosa atração da Disney World. O Castelo da Cinderela pode ser visto a partir de qualquer canto desse reino. É dividido em fantásticas “ terras “ e abriga passeios futuristas. Apresenta muitos desfiles que incluem os personagens favoritos de todos os tempos: Mickey Mouse e CIA. Uma atração interessante é um salão de beleza que faz as meninas sentirem-se como princesas e os meninos como piratas. Shows fabulosos e lojas de todos os tipos também são parte da experiência do Reino Mágico.


Hollywood Studios ( MGM)




Esse parque traz uma incrível aventura nos bastidores do cinema. Ele reproduz a emoção de Hollywood, por meio de shows de ação ao vivo, passeios nos bastidores e outros maravilhosos eventos que despertam a imaginação. O parque está decorado no glamoroso estilo de Hollywood e apresenta incríveis efeitos especiais. Estar no cinema, é uma das melhores experiências, e essa é a sensação proporcionada por esse parque.

Epcot Center



Esse parque é dividido em duas partes. Uma delas é dedicada à tecnologia. No “ Future World “, há shows, entretenimento, atrações e passeios, tudo baseado no mundo tecnológico, enquanto no
“ World Showcase” é um parque composto por pavilhões dedicados a países específicos, com suas diferentes culturas e culinárias. Com a diversidade de treze países e muita tecnologia para explorar, Epcot irá encantar todos os seus visitantes.


Animal Kingdom



O último dos principais parques da Disney World é dedicado à conservação animal, à educação ambiental e à diversão. O parque abriga mais de 1700 animais situados em inúmeras paisagens exóticas. É o maior parque temático animal do mundo. Divide-se em sete áreas, cada qual com seus diversos passeios que oferecem, não só entretenimento, como também cultura. Esse parque é uma experiência que ninguém irá esquecer facilmente.

sábado, 22 de maio de 2010

COPA DO MUNDO 2014: O QUE ESPERAR DO BRASIL?



AILSON VIEIRA DOS SANTOS



Se o torneio for avaliado como oportunidade econômica e social, e não apenas mais um evento a ser organizado, há uma real chance de reduzir carências nacionais e inserir o país na rota dos grandes destinos turísticos do mundo.
Infelizmente, há motivos para acreditar que isso pode se perder. Basta ver o que ocorreu no último grande evento esportivo organizado no Brasil, “Os Jogos Pan-Americanos”, no Rio de Janeiro. Pode-se argumentar que os jogos Pan-Americanos têm características diferentes das de uma Copa. Mas, também existem exemplos bons e ruins em Mundias recentes, que podem servir de aprendizado para o Brasil.
Em 1998, a França queria vender ao mundo a imagem de um país aberto e multicultural. Houve sucesso, até porque os franceses foram campeões com jogadores de várias nacionalidades diferentes. Além da imagem do país, a Copa consolidou a infra-estrutura turística da França.
Quatro anos depois, em 2002, ocorreu o oposto. Japão e Coréia do Sul estavam mais preocupados em superar um ao outro, e gastaram muito mais que o normal em estádios faraônicos. No final das contas, essa disputa ofuscou qualquer tentativa de realizar um projeto adequado para as necessidades das nações, incluindo turismo e outros fatores não futebolísticos.
O Brasil precisa aprender com os dois casos. Assim, identificará quais setores seriam mais beneficiados pela Copa do Mundo e poderá trabalhar para que o evento se volte a eles.
Em 2006, o Mundial, sozinho, fez o PIB da Alemanha aumentar em torno de 0,25%. Aí já se vê como receber grandes eventos pode ser muito bom para um país.
É com esse exemplo que o Brasil tem que se espelhar, para organização e realização de sua Copa do Mundo em 2014.
Fica evidente que o Brasil tem, em teoria, condições de realizar uma Copa do Mundo. Mas precisa respeitar uma diretriz: realizar um projeto adequado á realidade e às necessidades brasileiras. Assim, o orçamento ficaria em desenvolvimento e ainda poderia trazer retorno, como benefícios diretos e indiretos.
O problema é que, até agora, não se vê isso. Elaborar um projeto para a Copa do Mundo exige esforços conjuntos de todos os setores da sociedade.
Já estamos em cima da hora, e para fazer um projeto sério, é preciso começar logo. Não se pode deixar que o atraso, seja apenas um pretexto, para justificar soluções improvisadas ou contratar obras e serviços públicos sem licitação – como aconteceu nos jogos Pan-Americanos.